sábado, 3 de dezembro de 2016

Cortella dá dica aos pais sobre a educação diante da publicidade infantil

Conheça um pouco sobre a opinião de Mario Sergio Cortella sobre a publicidade infantil e o consumismo:
Influência da publicidade infantil nas crianças
Os pais não têm como evitar que uma criança tenha contato com o que já é inerente à vida, no caso a publicidade infantil. Portanto, Cortella diz que é recomendável que pais e mães sejam receptivos à propaganda voltada para crianças, mas que esta seja uma recepção crítica. Segundo ele, os pais têm de refletir sobre a propaganda e usar a capacidade de visão que já possuem para digerir o que deve ser absorvido e o que deve ser descartado pelas crianças. E então falar com os filhos sobre o assunto.
Como conversar com as crianças sobre a publicidade infantil
Segundo Cortella, uma criança de cinco ou seis anos pode não se interessar quando você fala diretamente sobre um assunto com ela. O especialista em educação recomenda estabelecer pontes de comunicação. Por exemplo, ele diz que uma propaganda de brinquedo ou alimento que desperte o desejo de uma criança deve ser discutida com base em perguntas sobre o porquê desse interesse. Cortella afirma que é preciso perguntar por que daquele desejo até a resposta ser “porque eu quero”. Só então falar que não se pode querer qualquer coisa e explicar os motivos. “Tem que entrar no campo da criança.”
Quando a criança pede tudo que vê na publicidade
Nos casos em que os filhos pedem tudo que veem na TV compulsivamente, segundo Cortella, já se trata de um distúrbio que precisa ser enfrentado pelos pais. “O que faz a água do copo derramar não é a última gota e sim todas que estão lá”, ele exemplifica. Para Cortella, esse tipo de comportamento da criança é o resultado de uma formação anterior. Nesses casos, o educador da PUC diz que é preciso dizer claramente para a criança que aquilo que ela quer ela não terá e ainda gastar tempo para fazer esse esclarecimento, estabelecer um diálogo. Segundo ele, a definição de tempo disponível para isso vai depender da prioridade que os pais dão a essa questão.
Ensino de limites com ajuda da publicidade
A partir dos quatro anos, as crianças já começam a se deparar com as frustrações, porque já lidam com a realidade, diz Cortella. Segundo ele, é o momento de o pai e a mãe marcarem para a criança a divisão entre o que ela quer e o que ela pode ter. “Isso vai gerar capacidade de sanidade mental, ou ter clara a fronteira entre o desejo e a realidade. Para Cortella, a publicidade pode se usada nesse aprendizado porque é a partir dela que a criança expõe seus desejos com mais intensidade uma vez que está muito em contato com os anúncios.
Como educar filhos para o consumo saudável
Cortella diz que a melhor educação é a exemplar, ou que parte do exemplo. Assim, se adultos não são consumidores saudáveis, as crianças não o serão também. Segundo ela, alguns pais precisam primeiro educar a si mesmos nesse sentido e, dessa forma, esse processo educativo será de toda a família. O professor diz que é preciso dizer para as crianças que o consumo deve ser prazeroso e saudável. Também é necessário mostrar os perigos e até a letalidade de se consumir determinado produto anunciado. A dica de Cortella para os pais é educar pela imagem, que é como as criança melhor apreendem uma ideia. “Se ficar apenas falando, você vai chegar ao ponto de dizer que já falou mil vezes e não adiantou. Já quando se mostra, basta uma ou duas vezes”, afirma o educador da PUC.
Como proteger as crianças dos apelos da publicidade
O professor Cortella diz que proteger uma criança é oferecer critérios de escolha. Dessa forma, ele destaca, não se consegue isso retirando as crianças de um ambiente. “Alguns pais acham que se eles deixarem o filho sem TV ligada, sem internet e sem acesso a redes sociais deixará assim seu filho protegido, Não deixará protegido, deixará isolado.” Ele completa que o isolamento é uma forma de deseducar porque não prepara a criança. A dica de Cortella é expor a criança à publicidade junto com os pais, para que ela também não fique exposta de forma isolada, e orientá-la sobre sua autonomia, sobre o que ela pode ter. Esse diálogo, segundo ele, exige tempo para tratar da ideia, do tema e para as explicações.

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