terça-feira, 29 de novembro de 2016

Cortella: Perplexidade com tragédia é algo que nos amargura

Nossa tendência nessa hora é dizer que faz parte da vida, o que não significa que a gente queira aceitar. Nos recusamos que isso possa estar no nosso horizonte.


Jogadores são muito jovens, se assemelham a alunos. Faz parte da escola da lida aprender a lidar com essas coisas, entendendo que só nossa capacidade de não ficar alheio a esse tipo de sofrimento e dor ainda demonstra nossa humanidade.

Entrevista na CBN

Beatriz de Paula Souza: "Alunos defasados em leitura e escrita não são disléxicos"

Psicóloga e mestre em psicologia escolar explica por que dislexia é uma doença inventada.

Beatriz de Paula Souza Psicóloga e mestre em Psicologia Escolar, é coordenadora do Serviço de Orientação à Queixa Escolar, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), e membro do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade

Distúrbio de aprendizagem, doença, obstáculo para leitura e escrita e justificativa para o fracasso escolar. Essas são algumas das definições que a dislexia recebe por parte de diversos setores da Educação e da área médica. Embora tenha sido identificada no fim do século 19 e conste da atual Classificação Internacional de Doenças e de Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), até hoje não se chegou a um consenso sobre o que ela é - e se existe. 

Enquanto isso, o que se vê são crianças, jovens e adultos com dificuldades na aquisição da leitura e da escrita que seguem a vida rotulados como incapazes de aprender. Cada vez mais, os casos são atestados por laudos que discorrem sobre o comportamento dos indivíduos de modo isolado da realidade escolar deles. Isso se torna mais um impedimento para que a forma como se ensina seja questionada e repensada para atender a todos. 

Com mais de 15 anos de experiência, a psicóloga Beatriz de Paula Souza defende que a dislexia de desenvolvimento (diferentemente da decorrente de lesões cerebrais, congênitas ou não) é uma doença inventada. 

Qual sua opinião em relação aos diagnósticos de dislexia? 
BEATRIZ DE PAULA SOUZA Em tantos anos de trabalho na área de Educação - atuei muito em escolas como psicóloga escolar -, nunca vi uma criança com um problema orgânico que justificasse uma dificuldade específica com a leitura e a escrita, tal como é descrito no quadro de dislexia. Estou há 15 anos no Serviço de Orientação à Queixa Escolar, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), e minha equipe tem recebido muitas crianças e adolescentes com problemas na vida escolar relacionados a leitura e escrita que chegam com laudos assinados por instituições renomadas indicando que são disléxicos. Mas os documentos nunca apontam uma investigação sobre o ensino. Os questionários abordam os alunos e como eles se comportam na escola, mas não indagam que escola é essa. Isso não faz sentido. 

Como deveria ser o procedimento então?
BEATRIZ Somente consigo entender determinado comportamento levando em conta a circunstância e o ambiente em que ele emerge. Alunos defasados em leitura e escrita não são disléxicos. Alguns foram castigados por muitos anos enfrentando problemas nos bancos escolares e estão em grande sofrimento por ter recebido o diagnóstico de dislexia. Tornaram-se incrédulos em relação à própria capacidade de aprender. Chegam a tremer quando se aproximam de um texto e querem fugir da situação. 

Existem estudos comprovando que é um contrassenso considerar somente o indivíduo em vez de incluir o que e como se ensina a ele? 
BEATRIZ Sim. Como exemplo, cito uma situação de investigação realizada por Frank Vellutino (norte-americano, pós-doutor em Psicologia e professor da Universidade de Albany, nos Estados Unidos). Em 1979, ele reuniu dois grupos de adultos: um com pessoas diagnosticadas disléxicas e outro com bons leitores. A ambos foi solicitada a leitura de um material escrito em hebraico, sendo que ninguém ali conhecia aquela língua. O resultado foi que a imagem no cérebro de todos os envolvidos na situação foi igual. Ninguém dominava o instrumento que tinha em mãos.
Por que cada vez mais estão aparecendo diagnósticos de dislexia? 
BEATRIZ Esse quadro tem a ver com a patologização da vida normal. Isso está ocorrendo a tal ponto que não nos damos conta de que cada vez mais usamos termos patológicos para estados saudáveis. Não se fala mais: "Como esse menino é cheio de vida, agitado". Diz-se que ele é hiperativo e buscam-se tratamento, remédios. Mas ele não é. Hoje, fala-se em hiperatividade para qualquer coisa, mas é uma doença, coisa séria. Além disso, a indústria da saúde agora explora o mercado das pessoas saudáveis, convencendo-as de que estão doentes. Estima-se que entre 10% e 15% da população mundial seja disléxica, ou seja, três a quatro alunos em uma turma de 30. Se isso for verdade, a espécie humana está em processo de degeneração, condenada. O que me parece mais provável é que estejamos diante de situações normais, porém patologizadas. 

Em que situação se encontram os professores diante dos laudos de dislexia?
BEATRIZ A busca pela doença e pelo laudo enfraquece a ação docente, tira das mãos dos educadores a responsabilidade de encontrar caminhos para a superação de dificuldades. Eles são desautorizados como profissionais. Muitos se sentem culpados quando se deparam com alunos que não sabem ler e escrever, mas ficam aliviados quando o laudo é apresentado, anseiam por ele. Assim, podem dizer: "Essa criança não tem jeito, ela tem laudo". Mas há vários professores que se preocupam quando o estudante recebe o diagnóstico. Eles estão lutando para encontrar uma forma de trabalhar com aquele aluno e de repente chega uma suposta autoridade científica dizendo que a função docente vai ser só compensar uma deficiência porque aquela criança nunca vai conseguir aprender, tem um problema que está no corpo. É belo ver pessoas que, mesmo com o laudo em mãos, batalham contra o aprisionamento das crianças e buscam até o apoio de outros profissionais, como psicopedagogos e psicólogos, para reverter a situação. Muitas vezes esses especialistas nem são necessários. 

Ainda assim, muitos alunos ditos disléxicos estão na escola, têm acompanhamento psicopedagógico, aulas particulares e não aprendem a ler e escrever. Por quê? 
BEATRIZ Mesmo com tanta coisa à volta deles, às vezes ninguém encontrou um caminho para fazer com que aprendessem realmente e criassem um bom vínculo com a leitura e a escrita. Nem todos aprendem do mesmo jeito. Frequentemente, o tratamento para os ditos disléxicos é somente pedagógico. 

Os testes realizados para diagnosticar dislexia são eficazes? 
BEATRIZ Nunca comprovei o que eles apontam. Está em voga atualmente, por exemplo, o exame de processamento auditivo central. O resultado de uma criança que conheci indicou que tinha dificuldade de discriminar figura e fundo sonoros, ou seja, não demonstrava boa capacidade de se concentrar em determinado som tendo outro junto, ao fundo. Trabalhei com ela e um dia, apesar do imprevisto de haver uma máquina de cortar grama ligada próximo à janela da sala, tudo correu bem e ela se concentrou na conversa. Mas me contou que se sentiu tensa durante o exame em que foi diagnosticada por ter ficado fechada em uma cabine. Assim, não conseguiu desempenhar o seu melhor. O exame também expõe as pessoas a outras situações estranhas, como repetir palavras que não existem. 

Como atuar com os ditos disléxicos?
BEATRIZ Trabalhamos com abordagens diversas, com jogos, brinquedos e brincadeiras, e buscamos criar uma relação entre a pessoa e o mundo da leitura e da escrita, desvinculando-o, se necessário, das tarefas escolares se ela se mostra temerosa disso naquele momento. Variamos o modo de ensinar de acordo com as reações apresentadas. Obtemos resultados: as crianças e os jovens aprendem a ler e escrever. E aí dizem que tratamos a dislexia. Minha vez de perguntar: qual era mesmo a doença? 

Apesar das questões aqui discutidas e das pesquisas divulgadas, a dislexia está catalogada no CID-10. Como encara isso? 
BEATRIZ Acredito que isso deva ser revogado, pois já está em marcha uma revolução na Educação, o início de uma nova maneira de ensinar, que não somente acolhe mas valoriza realmente a heterogeneidade. Minha prática de diversos anos e a literatura científica me dizem que a dislexia de desenvolvimento é uma doença inventada. No passado, a homossexualidade também constava no CID e foi retirada.

Fonte: Nova Escola

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Leandro Karnal - Todos os ditadores, sejam de direita ou de esquerda, mexeram na área de humanas

"Todos os ditadores, sejam de direita ou de esquerda, mexeram na área de humanas, porque entenderam que ali na escola ensino médio e ensino superio, as aulas de história, filosofia e ciências sociais, encomodariam o poder."

O historiador Leandro Karnal, neste vídeo expõe algumas questões levantadas sobre o tabu da escolha de profissões dentro da área de humanas, dentre profissões mais vislumbradas como engenharia e medicina.

No vídeo ele comenta como governos ditatoriais, e democratas, com uma ditadura implicita, se preocupam em reformar o conteúdo de história, filosofia e ciências sociais ensinado nas escolas.

(Trecho da Palestra - Leandro Karnal )

Ele também comenta a importância da área de humanas para a formação do raciocínio humano, da construção do pensamento social e que independente do docente, seja ele conservador ou de esquerda, "o pensamento abomina gaiolas".

(Palestra completa realizada no teatro Carlos Urbim na 62ª Feira do Livro de Porto Alegre em 08/11/2016)

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Assista Também:
Opiniões sobre a reforma do Ensino Médio

Leandro Karnal "Uma educação significativa parte do paradigma do aluno, mas constrói outro paradigma"

“As humanidades são um eixo formador e a Filosofia, em particular, que é a primeira área organizada de pensamento humano, deveria ser o primeiro eixo formador de toda a educação; não há educação sem princípios filosóficos”, afirma o historiador.

Entrevista completa AQUI.

A cultura brasileira refletida na política e na educação, a qual pode ser avaliada a partir da história do nosso país, é o fio condutor que permeia as reflexões de Leandro Karnal em sua entrevista à IHU On-Line, concedida pessoalmente, por ocasião de sua participação na Aula Inaugural das Licenciaturas, na Unisinos.

A situação que toma como exemplo para explicar sua afirmação é um caso recorrente nas salas de aula: “No primeiro dia de aula, os alunos entram em delírio e se incendeiam com um tema; no segundo dia de aula, o mesmo tema já não causa a mesma reação. A partir do terceiro, quarto dia, em que eles têm que ler e passar de um patamar a outro, atravessar aquele ponto que marca as diferentes fases do conhecimento, aí é mais complicado. E funciona assim nossa política: grandes acontecimentos e depois a diminuição”.

Antes de falar para aproximadamente mil alunos dos cursos de licenciatura da Unisinos que assistiram à sua palestra sobre por que continuar a ser professor, Karnal expos à IHU On-Line algumas de suas preocupações com os rumos da educação no país no sentido de superar o analfabetismo, o analfabetismo funcional, e de como elaborar um projeto educional que leve em conta a formação completa e integral de um aluno. Entre os desafios postos para alcançar esses objetivos, pergunta: “Como captar, para dar aula, profissionais que pertençam à elite intelectual e não alguém de baixo desempenho acadêmico?” Na avaliação dele, “quase todos os professores que lecionam, com raras exceções, não estão conseguindo transmitir aos alunos o entusiasmo, a alegria e a vontade de conhecer”.

Entre os “dramas do magistério”, Karnal chama atenção para “a falta de verificação no mundo intelectual das licenciaturas, a falta de feedback, a falta de retorno”, que faz com que os “erros” cometidos pelos professores só apareçam mais tarde. “Um professor, quando erra, só terá seu erro percebido lá na frente, o que torna o magistério menos possível de ser punido imediatamente pelos seus equívocos. O erro do professor irá aparecer mais tarde, quando pego um aluno no doutorado e ele não sabe colocar crase. Significa que lá na antiga 5ª série ou no 6º ano alguém falhou. Esta falha foi sendo levada até o aluno chegar na ponta da pirâmide e eu constatar que um aluno, aos 30 anos, fazendo doutorado, põe crase diante de ‘a ele’ ou diante de verbo”, frisa.
Um projeto educacional eficiente, pontua, deve levar em conta uma proposta de “pensar no Brasil para daqui a 50 anos”. E enfatiza: “Empenhando tudo neste momento, nós poderíamos imaginar, em 2050, uma pátria com uma educação mínima e garantida”.


Leandro Karnal é graduado em História pela Unisinos, com doutorado em História Social pela USP. Trabalha há muitos anos com capacitações para professores da rede pública e publicação de material didático e de apoio para os professores. Atualmente é professor da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, membro de corpo editorial da Revista Brasileira de História e da Revista Poder & Cultura. Entre suas publicações, destacamos A Escrita da Memória - Interpretações e Análises Documentais (São Paulo: Instituto Cultural Banco Santos, 2004) e Cronistas da América (Campinas: Unicamp, 2004).


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Sugerimos que assista ao vídeo onde tratamos do conceito de família com a animação Procurando Dory.

domingo, 27 de novembro de 2016

Confira oito dicas para estimular o interesse pela literatura nas crianças

Estudo revela que leitura estimula habilidades linguísticas e emocionais das crianças.

Fonte: Notícias R7

A leitura aproxima pais e filhos e desenvolve a imaginação, além de permitir que a criança entenda o significado das letras e sinais gráficos. Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Nova York, em parceria com o Instituto Alfa e Beto, avaliou o impacto que a leitura e a interação familiar têm no desenvolvimento infantil.


Esta primeira etapa da pesquisa foi realizada com 1.250 famílias de Boa Vista (RR), que participaram de um projeto experimental, durante todo o ano passado. O estudo ainda revelou que ler para as crianças desde cedo estimula habilidades linguísticas e emocionais.

Porém, a pedagoga e coordenadora do núcleo de estudos do Brincar da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Maria Ângela Barbato Carneiro, ressalta que os pais precisam ter paciência e não forçar os pequenos.


— A leitura do mundo e das palavras são inseridas dentro de contextos. Às vezes, a criança é capaz de ler as letras, mas não decodifica o significado. Por exemplo, ela pode ler marcas em outdoors porque vê os desenhos da marca x ou y, mas isso não pode ser confundido com leitura.

1) Leia para a criança
A questão da contação de histórias dá asas à imaginação da criança, criando um núcleo fantástico só dela, onde ela vê que existe a luta do bem e do mal por meio de fábulas. A criança também aprende a lidar com esse mundo, onde os problemas se resolvem, depois de serem enfrentados de alguma forma.

2) Ofereça livros clássicos junto com o que a criança gosta
Há alguns anos, adolescentes e pré-adolescentes entraram na febre dos livros do bruxinho Harry Potter. Para a pedagoga, não há problema nenhum neste tipo de leitura, pois, se ele gosta de ler sobre determinado assunto, os pais também podem oferecer os clássicos. Se não, a criança nunca vai ter comparação para poder escolher.

Nos últimos meses, diversas editoras lançaram livros de youtubers, como são conhecidos profissionais que criam conteúdo em vídeos na internet. Muitas crianças fãs de videogame, por exemplo, começaram a se interessar por livros escritos por youtubers sobre o tema. Marco Túlio, o Authentic Games, por exemplo, despontou no meio gravando vídeos sobre Minecraft e também lançou um livro.

Para a pedagoga, estas publicações também podem estimular o interesse pela literatura.

3) Leve o filho em livrarias
Tem criança que aprende a ler vendo álbum de figurinhas de times de futebol ou gibis. Por isso, os pais podem levá-los a livrarias, bancas de jornal etc. O livro é só mais um instrumento, mas não o único.

4) Monte histórias
Os pais podem montar jogos com bonecos e objetos com os filhos para que cada um monte sua história. Também dá para fazer com grupos de amigos da criança e ir fazendo as trocas.

5) Busque livros da faixa etária
Existem livros para todas as idades. [Para os mais novos], tem os sem escritas e só com figuras, para a criança criar a história. Depois, tem livros com poucos escritos; outros com texto um pouco maior, até chegar a um nível mais alto, depois dos nove, dez anos.

6) Dê o exemplo
Em casa de leitores, leitores se formam. É importante que as crianças estejam habituadas com a leitura. Evidentemente, uma ou outra não vai gostar, mas o exemplo dos pais estimula os filhos.

7) Livros digitais
A pedagoga também não critica o uso de meios eletrônicos para ler livros, como tablet e celular, porque cada um tem uma maneira própria de leitura. Alguns pais também recorrem a assinaturas em clubes de livros infantis, que atendem a faixa etária de zero a dez anos. O Leiturinha, por exemplo, envia um livro físico todos os meses para a casa do cliente. O valor da assinatura, a partir de R$ 34,90 por mês, também dá acesso a livros digitais.

8) Tenha paciência
Às vezes, os pais de crianças de três ou quatro anos querem que elas leiam tudo e comparam com o amiguinho que lê um pouco melhor. Mas, nesta faixa etária, elas estão ainda iniciando o processo de alfabetização. Também tem que fazer a estimulação com o que a criança gosta, não com o que o adulto gosta. Se uma criança se alfabetiza com álbum de figurinhas do seu time de futebol, então ofereça algo do time para ela poder ler, e assim por diante.

sábado, 26 de novembro de 2016

7 sites gratuitos para baixar livros em domínio público

Olá!

Hoje trago uma lista de 7 sites para baixar livros gratuitamente.
Espero que ajude no estudo de todos.
Se conhecerem outros sites, deixem os links nos comentários para eu adicionar à lista.



Domínio público - Do Governo Federal, dispõe de obras que entraram em domínio público, ou seja, que foram cedidas por seus autores ou cujos autores morreram há mais de 70 anos.

Cultura Brasil – Site que distribui livros online, nem todos em domínio público.

Gutenberg – Hospeda livros de domínio público em diversas línguas, inclusive português.

Biblioteca Nacional – Em sua seção Biblioteca Nacional Digital, a instituição oferece quase 5 mil itens entre livros, mapas, atlas, partituras e documentos históricos.

Google Pesquisa de livros – Você pode encontrar diversos livros em versão integral para serem pesquisados online. Se o livro que você procura não estiver disponível na íntegra, você tem a opção de comprá-lo.

Biblioteca Virtual – Mais uma opção para quem quer livros que estejam em domínio público em língua portuguesa.

BibVirt – Existe desde 1997. Além de ter livros de domínio público, oferece arquivos de som – históricos ou não -, vídeos e outros documentos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Cortella: "Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também"

Para o filósofo Mário Sérgio Cortella, uma das principais referências do país em educação, somos a primeira geração que testemunha mudanças de paradigmas tão velozes. E é natural que os pais se sintam perdidos. Então, afinal, qual o segredo para não ficar ultrapassado na educação dos filhos?

Texto original - Revista Crescer 

“A novidade não é a mudança no mundo, é a velocidade da mudança.” Foi assim que o filósofo Mário Sérgio Cortella, professor há 42 anos, pai e avô, abriu a palestra Novos Tempos, Novos Paradigmas, que aconteceu em São Paulo, no fim de setembro. Diante de uma plateia hipnotizada pelo vozeirão com sotaque sulista e pela naturalidade em tratar temas complexos sem firulas, ele deixou claro que o grande desafio da atualidade é acompanhar as transformações para não ficar para trás. Sim, estamos vivendo um tempo de reviravoltas sem precedentes: na tecnologia, no trabalho, nas relações. Nesse contexto, mudar não é apenas imprescindível, mas inevitável. Principalmente quando se fala em educação. Em entrevista exclusiva à CRESCER, Cortella separa o que é velho do que é antigo, defende que pais podem ser, sim, amigos dos filhos sem perder a autoridade e critica o peso colocado na escola para assumir um papel que é da família. Confira!

Como essa mudança tão veloz de paradigmas tem afetado a forma como os pais criam os filhos?

Uma parte das famílias acabou perdendo um pouco a referência dada à velocidade das mudanças e à rarefação do tempo de convivência com as crianças. Isso fez com que muitas acabassem terceirizando o contato com os filhos e delegando à escola aquilo que é originalmente de sua responsabilidade. Só que isso perturba a formação das novas gerações. É claro que criar pessoas dá trabalho e exige esforço. Acontece que, no meio de todas essas mudanças, alguns pais e mães ficam desorientados. Por isso, é necessário que eles encontrem apoio, em livros, revistas, grupos de discussão. Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também.

Ao mesmo tempo que muitas famílias terceirizam os cuidados, há um movimento de mães e pais largando a carreira para se dedicar exclusivamente aos filhos, não?

Claro. Uma das coisas mais importantes na vida é entender que a palavra prioridade não tem “s”. Não tem plural. Se você disser: “tenho duas prioridades” é porque não tem nenhuma. Então, deve estabelecer qual é a sua prioridade. Sua prioridade é o convívio familiar? Então dê força a isso. É a sustentação econômica? Vá fundo. Só que, ao escolher, não sofra. É evidente que ninguém precisa abandonar a carreira em função da família, mas é necessário buscar o equilíbrio - da mesma forma como se faz para andar de bicicleta: só há equilíbrio em movimento. Se você parar, desaba. Tenha em mente que haverá momentos em que a família é o foco. Em outros, a carreira. Mas lembre-se de que a vida é mais como maratona do que como uma corrida de 100 metros rasos: você não sai disparado feito um louco. Tem horas que vai mais rápido, outras em que desacelera. O segredo é ir dosando.

Você diz que, em um mundo de mudanças, nem tudo o que é antigo é velho. Como saber o que está ultrapassado na criação dos filhos?

No convívio familiar, uma coisa que é antiga, mas não é velha, é o respeito recíproco. Outra é a capacidade de o adulto saber que a criança é “subordinada” a ele, ou seja, que está sob as suas ordens. O pai não pode se tornar refém de alguém que ele orienta e cria. Agora, uma coisa que é velha e que deve ser descartada é o autoritarismo, a agressão física, o modo de ação que acaba produzindo algum tipo de crueldade. Isso é velho e é necessário, sim, mudar. Na relação de convivência em família é preciso modificar aquilo que é arcaico. O que não dá para perder é a honestidade, a afetividade e a gratidão. Tudo isso vem do passado e tem que continuar.

E como os pais podem construir essa autoridade sem autoritarismo?

O pai e a mãe têm que saber que ele ou ela é a autoridade.  Ao abrir mão disso, há um custo. Quem se subordina a crianças e jovens, e têm sobre eles alguma responsabilidade, está sendo leviano.

A educação de gênero tem gerado repercussão no meio escolar. Como você acha que as escolas devem abordar esse tema?

Uma sociedade que não é capaz de atender à diversidade que a vida coloca é uma sociedade tola. É preciso lembrar que a natureza daquilo que é macho e fêmea está na base biológica, mas o gênero se constrói na convivência social. O macho e a fêmea vêm da biologia. Mas o que define masculino e feminino é aquilo que vai se construindo no dia a dia. Por isso a escola tem que trazer o tema. É claro que não vai incentivar uma discussão que seja precoce para crianças de 8, 9, 10 anos. Mas também não vai fazer com que aquele que é diferente seja entendido como estranho. Aquele que é diferente é apenas diferente, não é estranho. Nessa hora, é tarefa da escola acolher. Se a família não concorda e a escola é privada, mude a criança de escola. Agora, se for uma instituição pública, é um dever constitucional e republicano admitir a diversidade.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Modelo de anamnese para dificuldades de aprendizagem

Segue o modelo de anamnese para investigar as dificuldades de aprendizagem.







ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA


Data: ___ /___ /___ .

Identificação
Nome: _________________________________________________
Data de Nascimento:___ /___ / ___ Idade: __________
Naturalidade:___________________________
Nacionalidade: _________________________
Sexo: ___________________
Endereço: __________________________________________________________
Bairro: ______________________Cidade:____________________ UF: ____
Telefone: _________________________________
Grau de Instrução:___________________________
Religião: __________________________________________

Filiação:
Pai: _____________________________________________________
Grau de Instrução:_________________________________________
Profissão: ________________________________________________
Mãe: ____________________________________________________
Grau de Instrução:_________________________________________
Profissão: ________________________________________________
Telefone: ____________
Informante: _______________________________

Motivo da consulta:

Queixa:






Época do aparecimento do problema: __________________________

Encaminhado por: _____________________________________
Antecedentes Pessoais:
Ordem de nascimento: ______________________________________

Concepção
Idade dos pais na época: Mãe_____ Pai _____
Tipo Rh: Mãe_______ Pai_______ Criança_______
Número de gestações anteriores: _________
Abortos? _______ Naturais:_______ Provocados: _______

Gestação
A gravidez foi desejada por ambos? Sim ( ) Não ( ) _____________________________ Fez tratamento pré-natal? Sim ( ) Não ( ) Onde? _______________________________ Sofreu acidentes, quedas? Sim ( ) Não ( ) _________________________
Sofreu algum tipo de cirurgia? Sim ( ) Não ( ) Qual? ________________________
Teve doença na gestação? Sim ( ) Não ( ) Qual? _________________________
Tomou alguma medicação? Sim ( ) Não ( ) Qual? _________________________ Enjôo? Sim ( ) Não ( )
Rubéola, toxoplasmose ou sífilis? ______________________________
Exposição a RX? Sim ( ) Não ( )
Condições psicológicas durante a gravidez:







Parto
Local: Casa: ________________ Maternidade: ________________________

Parto:
( ) a termo
( ) pós-termo _____________
( ) prematuro:____________
( ) nasceu esbranquiçado
( ) cianótico
( ) incubadora - quanto tempo ________________
( ) normal
( ) cesariana ( ) prevista ( ) secundária
( ) fórceps
Condições da criança:
chorou logo ao nascer? ( ) Sim ( ) Não
tomou algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não ( ) não sabe informar peso ____________ comprimento________________
Teve icterícia? ( ) Sim ( ) Não

Alimentação
Mamou no seio? ( ) Sim ( ) Não Por que? ____________________________________

Se mamou, até quando? _______________________________________________
Mamadeira? Até quando? ______________________________________________
Tipo de bico __________________ Tipo de furo _______________________ Aceitou bem a alimentação paotsa? ( ) Sim ( ) Não
Aceitou bem a alimentação sólida? ( ) Sim ( ) Não
Usa copo? Sim ( ) Não ( )
Alimentação atual (tipo, apetite, posição, mastigação):



História Patológica Pregressa
Retardo mental, diabetes, síndromes, doenças nervosas, epilepsia










Doenças da infância
( ) Sarampo: _____________________
( ) Catapora: _____________________
( ) Caxumba: _____________________
( ) Rubéola: _____________________
( ) Coqueluche: _____________________
( ) Meningite: _____________________
( ) Desidratação grave _____________________
( ) Complicação com alguma vacina Qual? _____________________ edad:
( ) Otite: _____________________
( ) Adenóides: _____________________
( ) Amigdalites: _____________________
( ) Alergias: _____________________
( ) Acidentes: _____________________
( ) Internações: _____________________
( ) Cirurgias Tipo:_____________________ Idade: _____
( ) Convulsões Idade: _____________________
( ) Febre ( ) Freqüentes ( ) Controlada
( ) Quedas e traumatismos Como, tipo, quando:



Sono
( ) Tranqüilo
( ) Agitado
( ) Range dentes
( ) Terror noturno
( ) Sonambulismo
( ) Soniloquismo
( ) Dorme de boca aberta
( ) Enurese
( ) Dorme sozinho
( ) Dorme com alguém Com quem? _________
Até quando dormiu no quarto com os pais? _____________ Qual a atitude tomada para separ-lo?



Reação:




                                                                                                                                                                                                                                          







( ) Hábitos especiais (presença de alguém, chupeta, brinquedos, embalo, etc.)



Desenvolvimento psicomotor
Com que idade sustentou a cabeça? _____
Com que idade sento-se? (0,6) Com que idade engatinhou? (0,6) _____
Forma de engatinhar: ___________________________________________ Com que idade começou a andar? (1) ______________
Cai muito? _____________________________________________________
Deixa cair as coisas? ____________________________________________
Esbarra nos outros constantemente? _______________________________
Baba? ___________________________________
Dominância manual:________________
Foi forçado a usar uma mão específica? __________________________________
Apresenta alguma dificuldade?___________ Qual? __________________________
Desenvolvimento da linguagem
Balbucios: ___________
Primeiras palavras:____________________ Primeiras frases: ____________________
Apresentou problema de fala?__________ Quais? _____________________________
Compreende ordens? ________________________________________
Presença de bilingüismo em casa? ________________________________________
Como a criança se comunica? ________________________________________
Apresenta estereotipias? ___________________________ _________
Possui escrita? _____________ Como é?

Escolaridade
Com que idade entrou na escola? ___________Tipo: ____________________ Adaptou-se bem? ( ) Sim ( ) Não Obs.:


Método de alfabetização: ________________________________________
Escola atual: __________________________________________________
Série e turno: ________________________________________________

Dificuldade para:







( ) Ler ______________________________
( ) Escrever ______________________________
( ) Coordenação motora ______________________________
( ) Contar ______________________________
( ) Calcular ______________________________
( ) Esquece o que aprende ______________________________
( ) Troca letras na escrita ou na leitura ______________________________
( ) Letra ilegível ______________________________
( ) Reprovação Quantas? _______________________
( ) Atenção ______________________________
( ) Concentração ______________________________
Mudou de escola? ______________________________
Conhece:
( ) Cores ______________________________
( ) Números ______________________________
( ) Dinheiro ______________________________
( ) Letras ______________________________
Sabe recortar? ______________________________
Apresenta tiques? ______________________________
Como pega o lápis? ______________________________
Escreve muito forte ou muito fraco? ______________________________

Atividades extracurriculares:
Obs.: ___________________________________________________________________

Comportamento
Humor habitual ________________
Prefere brincar sozinho ou em grupos? ______________________________
Estranha mudanças de ambiente? ______________________________ Adapta-se facilmente ao meio? ______________________________ Tem horários? ______________________________
É líder? ______________________________
Aceita bem as ordens? ______________________________







Pratica esportes? ______________________________
Apresenta agressividade, apatia ou teimosia? ______________________________
Independência
Come, vest-se, toma banho sozinho?



Visão
Algum problema? Sim ( ) Não ( ) _________________________________
Usa óculos? Sim ( ) Nã( ) Desde quando? ______________________________ Cirurgia? Sim ( ) Não ( ) Qual? ______________________________
Audição
Normal? Sim ( ) Não ( )
Obs.: ____________________________________________________________________



Hábitos __________________________________________________________________



Relacionamento
Como é a relação com os pais? ____
Como é a relação com os irmãos? _____________________________________
Comportamento emocional: _____________________________________
Relaciona-se com outras crianças? _____________________________________ Tem amigos? _ ___________________________________
Como é a relação com professores e colegas? ________________________________
Como é o ambiente familiar? _____________________________________







Outros

Como a família vê o problema?




Expectativas?




Como o casal age em função da criança?





Análise da Entrevista








Impressão Diagnóstica








Encaminhamento para setores ou solicitações de exames



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Então aproveite a assista ao vídeos com algumas dicas para montar um consultório.





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