terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Como trabalhar com as fases de aquisição da escrita



Com sondagem das fases de aquisição da escrita dos seus alunos, você pode desenvolver uma série de atividades que auxiliam no confronto e avanços das hipóteses de escrita dos alunos.
Aqui estão algumas sugestões:
ESCRITA PRE-SILÁBICA
  • Iniciar pelos nomes dos alfabetizandos escritos em crachás, listados no quadro e/ou em cartazes.
  • Trabalhar com textos conhecidos de memória, para ajudar na conservação da escrita.
  • Identificar o próprio nome e depois o de cada colega, percebendo que nomes maiores podem pertencer às crianças menores e vice-versa;
  • Organizar os nomes em ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com retratos ou desenhos;
  • Criar jogos com os nomes: “lá vai a barquinha”, dominó, memória, boliche, bingo;
  • Fazer contagem das letras e confronto dos nomes;
  • Confeccionar gráficos de colunas com os nomes seriados em ordem de tamanho (número de letras).Fazer estas mesmas atividades utilizando palavras do universo dos alfabetizandos: rótulos de produtos conhecidos ou recortes de revistas (propagandas, títulos,palavras conhecidas).
  • Classificar os nomes pelo som ou letra inicial, pelo número de letras, registrando-as;
ESCRITA SILÁBICA
  • Fazer listas e ditados variados (dos alfabetizandos ausentes e/ou presentes, de livros de histórias, de ingredientes para uma receita, nomes de animais, questões para um projeto).
  • Trabalhar com textos conhecidos de memória, para ajudar na conservação da escrita
  • Ditado de palavras do texto.
  • Análise oral e escrita do número de sílaba, sílaba inicial e final das palavras do texto.
  • Lista de palavras com a mesma silaba final ou inicial;
  • Escrever palavras dado a letra inicial;
  • Ligar desenho a primeira letra da palavra;
  • Usar jogos e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);
  • Organizar supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado com as palavras aprendidas,diário da turma, relatórios de atividades ou projetos com ilustrações e legendas;
  • Propor atividades em dupla (um dita e outro escreve), para reescrita de notícias, histórias,pesquisas, canções, parlendas e trava-línguas.
  • Produção de textos, ditados, listas.
ESCRITA SILÁBICA-ALFABÉTICA
  • Ordenar frases do texto;
  • Completar frases, palavras, sílabas e letras das palavras do texto;
  • Dividir palavras em sílabas;
  • Formar palavras a partir de sílabas;
  • Ligar palavras ao número de sílabas;
  • Produção de textos, ditados, listas.
ESCRITA ALFABÉTICA
  • Investir em conversas e debates diários.
  • Possibilitar o uso de estratégias de leitura, além da decodificação
  • Considerar o “erro” como construtivo e parte do processo de aprendizagem
  • Produção coletiva de diversos tipos de textos.
  • Análise lingüística das palavras
  • Reescrita de texto(individual / coletiva)
  • Revisão de texto.
  • Atividades de escrita: complete, forca, enigma, stop, cruzadinha, lacunado, caça-palavra.
  • Copiar palavras inteiras;
  • Contar número de letra ou palavra de uma frase;
  • Pintar intervalos entre as palavras;
  • Completar letras que faltam de uma palavra;
  • Ligar palavras ao número de letras e a letra inicial;
  • Circular ou marcar letra inicial ou final;
  • Circular ou marcar letras iguais ao seu nome ou palavra-chave.
  • Produção de textos, ditados, listas.
Fonte: http://cantinhoprodihene.blogspot.com.br/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

BAIXE EM PDF o livro - Um jeito de aprender caligrafia


Este coleção apresenta textos que trabalham aspectos ortográficos que requerem mais treino dos alunos. Com leituras variadas e muito bom humor, traz curiosidades sobre diversos assuntos, minimizando, assim, a resistência dos alunos ao treino de caligrafia.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

'Precisamos dar tempo para os bebês serem bebês', diz pedagogo

Descobertas recentes sobre habilidades das crianças até os 18 meses mostram a importância de escola e educadores ouvirem o que dizem as crianças dessa idade.




Nos últimos anos, as descobertas da ciência mudaram nosso entendimento sobre os bebês: eles são muito mais inteligentes do que se supunha, e capazes de aprender e se comunicar desde muito cedo. O entendimento acerca dos saberes das crianças de até 18 meses mostra que elas são cientistas em potencial: adquirem conceitos cotidianos da física ao observarem como os objetos se movem, ou da biologia, através da observação dos seres vivos, por exemplo. Na escola, a socialização entre si e com outros adultos que não seus pais demonstra a capacidade de linguagem. Como define o pedagogo Paulo Fochi, especialista nessa faixa etária, “os bebês são pop”. “Talvez eles nunca tenham aparecido tanto quanto agora. Isso é bom porque estamos tornando-os visíveis, tirando-os da invisibilidade”, define Paulo.
As descobertas realmente são recentes e, por isso mesmo, desconhecidas até mesmo por educadores. “Até os anos 70 compreendíamos os bebês como sujeitos muito passivos, mas os estudos atuais mostram que eles chegam ao mundo com um equipamento muito completo para realizar ações neste mundo”, resume a professora Maria Carmem Barbosa, pesquisadora e docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e uma das maiores especialistas em educação de bebês no Brasil. O novo entendimento sobre a primeiríssima etapa da infância, no entanto, tem refletido em como a sociedade e a própria escola veem os bebês.
“Ao mesmo tempo que os bebês estão se tornando visíveis, há uma preocupação acerca dos discursos que decorrem dessa ‘popularidade’”, reflete Paulo. O especialista se refere ao discurso da estimulação precoce, consequente, principalmente, das recentes descobertas da neurociência. “Nesse sentido há dois pontos de vista: o de que o bebê não é frágil, com o qual concordo, e o discurso de antecipar o desenvolvimento para dar mais subsídios à criança no futuro, sobre o qual sou contra. Precisamos dar tempo para os bebês serem  bebês”, defende. “Uma pessoa que se propõe a estar com bebês tem de ter a esperança da espera: é preciso ver se ele responde. É ter esperança para ver o que ele vai fazer”, define.

Cérebro em formação

Partindo do princípio da educação feita a partir e para a criança, as descobertas acerca do desenvolvimento dos bebês podem ser de grande valia para os educadores e a escola. A neurociência mostra que uma criança chega ao mundo com incríveis 100 bilhões de neurônios. Mais importante do que a quantidade é o que será feito deles. Até os 18 meses, os excessos são podados e as sinapses começam a ser construídas. Até os 3 anos, o cérebro está em formação. É nesses primeiros três anos de vida, portanto, que a interação com o ambiente e a estimulação permitem a construção das sinapses – que é o mesmo que dizer a construção do aprendizado. “Quanto mais cedo um bebê é estimulado, mais rápido se formam as sinapses”, explica a neuropedagoga Irene Maluf. “E quanto mais sinapses eu tenho sobre determinado assunto, mais facilidade terei nele no futuro.”
Aos 18 meses, mesmo sem falar, os bebês já têm um vasto repertório de experiências. A psicóloga Alison Gopnik, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), queria saber o quanto os pequenos entendiam o outro. Num teste feito com bebês de 15 e 18 meses, sua assistente oferecia a eles um pote de bolachas e outro de brócolis. Todos optavam pela bolacha (em formato de peixinhos). Mas ao demonstrar – fazendo cara de prazer – que ela gostava mais de brócolis, os bebês lhe ofereciam o pote de brócolis. Para Alison, ficou claro que eles entenderam o gosto do outro.
Os pequenos também são altamente solidários. Cientistas italianos colocaram gravação com choro de outros bebês para ver a reação dos pequenos ouvintes. Eles abriam o berreiro quando ouviam o choro do outro, mas não quando o choro era deles mesmos. Empatia pura. Indo mais além, uma pesquisadora da Universidade de Washington testou a atenção de crianças de nove meses para língua estrangeira. Quando eles ouviam um DVD com outra língua, não notavam, depois, quando alguém falava nesse outro idioma. No entanto, quando eles eram estimulados por uma professora de língua estrangeira, passaram a perceber quando as pessoas ao seu redor não estavam falando sua língua natal. A conclusão é que o aprendizado para línguas só funciona quando há interação social.
Há ainda estudos que mostram a precoce aptidão para a matemática. Crianças de sete meses foram testadas na Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), com vídeos e uma caixa de som. Em um monitor, elas viam duas mulheres conversando. No outro, três. Da caixa de som, ouviam ora duas mulheres ora três conversando. Os bebês se voltavam para cada tela conforme as vozes variavam. Kerry Jordan, um dos coordenadores da pesquisa, concluiu que eles conseguiram entender a equivalência entre o número de faces e o de vozes.
Novidades como essas vão, aos poucos, ajudando os pedagogos e educadores a perceber que educar um bebê vai muito além de trocar a fralda. Eles podem, e devem, ser olhados como pequenos aprendizes. A principal diretriz que os educadores têm, até hoje, sobre as capacidades dessa faixa etária provém da teoria dos estágios, de Jean Piaget (1896-1980). O primeiro estágio, das crianças de 0 a 2 anos, é o sensório-motor, fase na qual o bebê busca ter controle motor e aprende com os objetos ao seu redor. “A grande conquista dessa fase é a da permanência do objeto, ou a capacidade de entender que esses objetos vão continuar existindo, mesmo que ele não esteja mais vendo”, explica a neuropsicóloga Christina Iglésias. Embora seja obrigatório o conhecimento da teoria dos estágios nas faculdades de pedagogia do país, Piaget sozinho já não dá conta da complexidade do ser humano em seus primeiros meses de vida.
Uma pesquisadora que tem sido bastante estudada recentemente é a pediatra austríaca Emmi Pikler, diretora do Instituto Lóczy, em Budapeste, na Hungria. Seu trabalho à frente do instituto transformou o local, de instituição para órfãos e abandonados, em centro de formação e referência na prática da educação dos 0 aos 3 anos.  Entre os princípios da pedagogia Pickler-Lóczy estão: o valor da autonomia, através do desenvolvimento livre da motricidade, jogo e atividade autônoma; o valor da relação afetiva privilegiada, através dos cuidados fisiológicos; o valor da estabilidade e continuidade dos cuidados à criança e fazer a criança consciente de si mesma e de seu entorno, através do respeito e promoção da iniciativa da criança em sua vida cotidiana.
Paulo Fochi lembra que o interesse de diferentes áreas do conhecimento pelos bebês é recente. “Até dez anos atrás, os estudos da psicologia, da saúde, e todos os outros, na maioria, eram estudos laboratoriais, in vitro. Ou seja, colocavam-se as crianças em verificações ‘a priori’, nunca as pesquisas se faziam a partir delas. Na pedagogia, ainda há pouca coisa – e quando há, tem um ranço da psicologia desenvolvimentista”, analisa o especialista, que defendeu, em 2011, dissertação de mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sobre o que os bebês fazem no berçário sem a intervenção adulta. “Eles conseguem fazer muita coisa sem que alguém tenha de estimulá-los”, observa.

Currículo para bebês


Segundo, é preciso entender que os bebês aprendem com absolutamente tudo. Tacyana Karla é uma das autoras do livro 
Os saberes e as falas de bebês e suas professoras (Editora Autêntica), resultado de uma experiência realizada na segunda metade da década de 2000 na rede municipal do Recife. O projeto foi realizado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde a professora fez seu mestrado e doutorado. Durante um ano, em encontros mensais, as professoras das creches da prefeitura debatiam com a equipe da universidade suas práticas e o desenvolvimento das crianças. O projeto, além de ajudar a estimular a prática das docentes da rede pública, foi um aprendizado geral sobre quando e como os bebês aprendem. O “currículo” do bebê, resume Tacyana, está centrado nas experiências de aprendizagem. É nas interações com pessoas e com objetos que eles vão assimilando o conhecimento. A professora dá um exemplo: “Quando um bebê manipula um objeto que a professora oferece, ele descobre se ele é leve ou pesado, percebe sua textura, a sonoridade – que pode lhe causar estranhamento ou alegria –, aprecia suas cores e formas e, por fim, dá uma finalidade ou um sentido de acordo com seus próprios interesses”.Uma das principais características da educação de bebês é que os educadores dessa fase precisam de uma formação específica, o que inclui aprender com seus alunos diariamente. Primeiro, é preciso decodificar a linguagem deles através de todas as suas manifestações. “O bebê, que já procura o olhar da mãe ao ser amamentado, tem sempre a necessidade de chamar a atenção do adulto, seja através do olhar, do choro, do riso ou quando começa a engatinhar, indo em direção aos mais velhos”, destaca Lígia Ebner Melchiori, professora doutora do Departamento de Psicologia da Unesp e autora do livro 
Linguagem de bebês: manual de estimulação (Editora Juruá). Quando estão no berçário e se reconhecem entre seus pares, ficam muito entusiasmados e estabelecem contato. “Eles tentam interagir com gritinhos, toques, olhares e sorrisos”, complementa Maria Carmem. “Pode-se dizer que eles são grandes comunicadores”, define a psicóloga.

Organização do espaço

Para atiçar toda a capacidade investigativa dos pequenos cientistas é preciso que o ambiente seja rico em informações e organizado de forma que os próprios alunos o explorem. Uma sala limpa, iluminada, com fácil acesso aos materiais, segura, porém desafiadora, é um convite para os bebês fazerem suas próprias descobertas. Maria Carmem recomenda para bebês mais novos o uso de espelho, tapetes, rolinhos e almofadas que ajudem a sustentá-los e que favoreçam seus movimentos.
Mas, embora importante, não é a infraestrutura que faz a diferença no dia a dia de um berçário, mas a ternura, o afeto e a criatividade das educadoras. “Não é preciso nem brinquedo caro”, afirma a professora Lígia, da Unesp, com conhecimento de causa. Ela coordena um trabalho nas creches da rede municipal de Bauru, interior de São Paulo, com os alunos do último ano de psicologia da universidade. “Tampinhas coloridas, tampas de panela e copos de plástico já são de grande valia.”
A experiência de duas professoras da rede municipal de Recife, relatada no livro Os saberes e as falas de bebês e suas professoras, comprova a afirmação da professora de Bauru. Elas transformaram um berço em brinquedo ao virarem o móvel e estimularam as crianças a explorar aquele novo objeto com escaladas e engatinhadas. No final das contas, afirma a gaúcha Maria Carmem, os bebês não precisam de grandes programas de estimulação. “O que eles precisam é de contextos ricos e de pessoas que sejam encantadas com eles, querendo lhes oferecer as melhores oportunidades.” (Colaborou Isabela Barros)

Fonte: Revista Educação

Dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita


Dificuldade de aprendizagem são todas as dificuldades encontradas no âmbito escolar e relacionadas com a aprendizagem, esse artigo abordará as dificuldades relacionadas à área da leitura e da escrita. Por meio desse ensaio procuramos compreender como ocorre a aprendizagem, e a partir disso, procuramos identificar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais que... Dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita:um desafio nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

RESUMO
Dificuldade de aprendizagem são todas as dificuldades encontradas no âmbito escolar e relacionadas com a aprendizagem, esse artigo abordará as dificuldades relacionadas à área da leitura e da escrita. Por meio desse ensaio procuramos compreender como ocorre a aprendizagem, e a partir disso, procuramos identificar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais que influenciam o processo de ensino/aprendizagem, especificamente da leitura e da escrita. O estudo é do tipo qualitativo e a coleta de dados foi realizada por meio de questionário que foram aplicados com professores das salas de recursos e entrevista realizada com a equipe pedagógica de duas escolas do município de Chopinzinho/PR. Ao finalizar a pesquisa consideramos que o professor tanto da sala de recursos como da sala regular de ensino precisam de metodologias e recursos adequados para trabalhar com as crianças, mas para isso, a escola necessita apoiá-los e principalmente oferecer formação para os professores, a fim de instrumentalizá-los para trabalhar com a diversidade da sala de aula.

PALAVRAS-CHAVE: aprendizagem; dificuldades de aprendizagem; leitura; escrita. |

1 INTRODUÇÃO

Ao adentrar ao espaço escolar a criança se depara com situações desafiadoras e muitas vezes conflitantes. O ser humano desde o nascimento aprende e se desenvolve, segundo Vygotsky. Diferentemente da aprendizagem proporcionada pela família, primeiro ambiente de aprendizagem, ao meio escolar precisa planejar situações de aprendizagem, e essas requerem do professor pensar nas diferenças individuais. Nesse sentido convém lembrar que o processo de aprender é singular, ou seja, cada pessoa tem uma forma de reconstruir o seu conhecimento. Mas o grande desafio está em descobrir como cada sujeito aprende e principalmente dentro de um processo sócio-histórico e como algumas crianças têm mais dificuldades para aprender do que outras. 

Dessa forma o estudo procurou responder aos seguintes questionamentos: como ocorre a aprendizagem dos alunos que tem dificuldade de aprendizagem (DA)? Qual a área de aprendizagem que as crianças encontram mais dificuldade na leitura ou escrita? Como é o desenvolvimento psicossocial, emocional, cognitivo e físico? Qual papel a escola assume frente ao desafio de ensinar? Sendo que para respondermos a essas questões recorremos a uma pesquisa bibliográfica e de campo, com uma abordagem qualitativa. 

Desta forma, visando analisar quais são as principais dificuldades que os alunos apresentam, questionamos os professores das salas de recursos e pedagogos de duas escolas do município de Chopinzinho/PR, procurando identificar os tipos de atendimentos que são disponibilizados pelas escolas. 

Para fundamentação teórica utilizamos como principais autores: CORREIA e MARTINS (1991), GARCÍA (1998), GÓMEZ e TÉRAN (2009) e ZORZI (2003).
 
O artigo num primeiro momento abordará como ocorre o processo de aprendizagem, na sequência os marcos históricos sobre as DA, os desafios encontrados pelos professores ao trabalhar com esse alunado, bem como as DA especificas na área da leitura e escrita e um enfoque sobre as salas de recursos.
As dificuldades de aprendizagem se compõem, sobre tudo por questões relacionadas à cultura de cada indivíduo e queremos através deste estudo mostrar que as vivências interferem, com muita relevância, na formação dos nossos alunos. 

2 DISCUTINDO COMO OCORRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Para que a aprendizagem aconteça são necessários alguns fatores primordiais como o desenvolvimento cerebral, o psíquico, o social, o cognitivo e o afetivo. Por isso, se torna importante as vivências, as relações na sociedade, os sentimentos e a cultura que pertencemos, pois a sociedade impõe aos sujeitos o seu desenvolvimento progressivo, e a estimulação da aprendizagem e do conhecimento. 

Segundo Gómez e Téran (2009), a aprendizagem depende de cada pessoa, é algo interno, mas acaba se constituindo a partir da interação entre os sujeitos, e ocorre ao longo da vida. No cérebro das pessoas ocorrem períodos que são fundamentais para desenvolver alguns estímulos, períodos estes sensíveis a estimulação ambiental, necessário para que ocorram mudanças. Esses períodos são chamados de janela de oportunidades (Gómez e Téran, 2009), onde a criança com três anos de idade assume o seu controle emocional, por volta de quatro anos começa a desenvolver o raciocínio lógico e matemático, aos seis anos desenvolve o vocabulário e as habilidades motoras, e finalmente com dez anos aprimora a linguagem e desperta o interesse pela música.

Vale ressaltar que, para o alcance da aprendizagem, é importante respeitar que cada indivíduo aprende de uma maneira singular, dependendo da estrutura cerebral e afetiva de cada um. 

Para Gómez e Téran (2009), o homem já nasce inserido em uma sociedade organizada, com normas e uma história. A relação entre as pessoas permite que ocorram algumas manifestações simbólicas como a linguagem e o pensamento. Por meio desta relação entre o sujeito e o mundo, a aprendizagem continua ocorrendo, fazendo disso uma atividade funcional, com sentido e organização. 
Segundo Gomes e Téran (2009) para levar em consideração as bases neurofuncionais e os processos psicológicos é necessário ponderar os processos neuropsicológicos. 

Nesse sentido:

Entende-se como neuropsicologia o estudo dos distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais, investigando, especificamente, os distúrbios dos comportamentos adquiridos, pelos quais cada homem mantém relações adaptadas com o meio. Somente há pouco mais de cem anos é que se passou a conhecer o funcionamento ao nível do córtex cerebral, por meio do estudo das lesões espontâneas localizadas e ressecções parciais do cérebro, que permitiram demonstrar que as diversas partes hemisféricas não possuem a mesma função e que existe uma organização cerebral semelhante em todos os indivíduos. (PAULA et al. 2006 p. 225)

Os processos neuropsicológicos, que envolvem o cérebro e o comportamento, e intervêm na aprendizagem são definidos como: processamento perceptivo ou gnosias, praxias ou processamento psicomotor, atenção, memória, percepção, pensamento e linguagem. Vejamos: 
As gnosias ou processamento perceptivo fazem referência ao reconhecimento do mundo, por meio da sensibilidade.

A organização cognitiva cerebral está subordinada às capacidades gnósticas. Quando um estímulo visual, auditivo, olfativo ou tátil é captado por um receptor específico, localizado no órgão sensorial correspondente, é interpretado pelo sistema nervoso. (...) No córtex cerebral é iniciado o processo de reconhecimento configuracional. Esta é a fase perceptiva denominada processo gnósico ou gnosia. (GÓMEZ e TÉRAN, 2009, p.48).

Dependendo da ação que valorizamos podemos utilizar diferentes formas de gnosias, por exemplo, a visual, auditiva ou tátil.

As Praxias ou processamento psicomotor é a execução de atos voluntários complexos e organizados, que aprendemos durante toda a vida. Tais movimentos vão se tornando mais elaborados e requintados a partir da repetição deles, como andar, comer, escrever. 

Dessa forma, afirma Rodrigues:

As praxias são as habilidades dirigidas à execução gestual, a praxia melocinética ou a ideomotora, praxias especificas com a buço facial. As funções executivas estão envolvidas no controle e na regulação de processos cognitivos mais simples. (RODRIGUES, 2011, p.7)

Essas aquisições motoras desenvolvem um exercício do sistema nervoso nomeado de psicomotricidade, esse processo abrange as interações cognitivas, emocionais, simbólicas e sensório-motoras, fazendo com que o indivíduo desenvolva sua personalidade de maneira íntegra.

Atenção é para Oliveira (1997), um processo neurológico de controle voluntário para seleção de informações que o cérebro humano deve captar no momento, sem esse processo seria impossível uma ação organizada. A atenção é método mais eficaz para a obtenção do conhecimento. Para que ocorra o processo de atenção é necessário a disposição neurológica do cérebro para receber os estímulos. Este procedimento tem seu desenvolvimento progressivo e complexo envolvendo o psicológico, neurológico e cognitivo.
Nessa perspectiva, Rodrigues afirma:

A atenção é todo processo associado à seleção e à organização da informação, isto é, a uma atividade que processe os componentes básicos necessários para a concentração e a ação. Temos a atenção visual e a espacial. A percepção de faces é uma atividade de relevância no cotidiano do ser humano. (RODRIGUES, 2011, p.6)


Desta forma, considera-se que a atenção é a maneira que admite sustentar a finalidade de aprender e lembrar, sendo um elemento imprescindível para a memória. 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Emilia Ferreiro, a estudiosa que revolucionou a alfabetização

A psicolinguista argentina desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os educadores a rever radicalmente seus métodos.

Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 30 anos do que o da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Emilia - Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante - não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. "A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro", diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolinguista.
Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.
Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento - daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola - e da alfabetização em particular - do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. "Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender", diz Telma Weisz. "Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes." 
O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma reacomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido. No caso da alfabetização isso implica uma transformação da escrita convencional dos adultos. Para o construtivismo, nada mais revelador do funcionamento da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele "releu" o conteúdo aprendido. O que as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi ensinado.

Compreensão do conteúdo

Com base nesses pressupostos, Emilia Ferreiro critica a alfabetização tradicional, porque julga a prontidão das crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons e sinais, por exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial etc.).
Dessa forma, dá-se peso excessivo para um aspecto exterior da escrita (saber desenhar as letras) e deixa-se de lado suas características conceituais, ou seja, a compreensão da natureza da escrita e sua organização. Para os construtivistas, o aprendizado da alfabetização não ocorre desligado do conteúdo da escrita.

É por não levar em conta o ponto mais importante da alfabetização que os métodos tradicionais insistem em introduzir os alunos à leitura com palavras aparentemente simples e sonoras (como babá, bebê, papa), mas que, do ponto de vista da assimilação das crianças, simplesmente não se ligam a nada. Segundo o mesmo raciocínio equivocado, o contato da criança com a organização da escrita é adiado para quando ela já for capaz de ler as palavras isoladas, embora as relações que ela estabelece com os textos inteiros sejam enriquecedoras desde o início.

Segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.

Sala de aula vira ambiente alfabetizador

Uma das principais consequências da absorção da obra de Emilia Ferreiro na alfabetização é a recusa ao uso das cartilhas, uma espécie de bandeira que a psicolinguista argentina ergue. Segundo ela, a compreensão da função social da escrita deve ser estimulada com o uso de textos de atualidade, livros, histórias, jornais, revistas. Para a psicolinguista, as cartilhas, ao contrário, oferecem um universo artificial e desinteressante. Em compensação, numa proposta construtivista de ensino, a sala de aula se transforma totalmente, criando-se o que se chama de ambiente alfabetizador.

Fonte: Nova Escola

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

9 técnicas para lidar com as crises em Crianças com Autismo

Muitas crianças autistas não são agressivas, mas tantas outras têm colapsos e fazem birras incríveis quando são expostas a circunstâncias complicadas ou não conseguem o que querem. Elas não reagem desse jeito “só para dar trabalho”, mas porque não sabem como reagir. Com algumas técnicas simples, você conseguirá reduzir essas crises e melhorar o autocontrole da criança autista.




1. Pense na causa do colapso.

Um colapso acontece quando a criança autista não consegue mais lidar com algum fator estressante que tem sido contido de alguma forma, gerando uma crise de birra. O colapso costuma ser causado por frustrações também. Crianças autistas não fazem birra de propósito, mas porque algo as estressa. Essa é uma forma de expressarem que não conseguem lidar com a situação, estímulo ou alteração na rotina. Elas têm um ataque como recurso de comunicação, especialmente quando todas as outras tentativas não deram certo.
  • A birra tem muitas faces. Ela pode ocorrer em forma de gritos, choros, a criança pode cobrir as orelhas com as mãos, se machucar propositalmente ou agressão.

2.Tente fazer a vida doméstica da criança mais confortável.

Já que as birras são causadas pelo acúmulo do estresse, criar um ambiente harmonioso e amigável pode minimizar tais fatores na vida dela.
  • Desenvolva uma rotina para a criança sentir estabilidade. Fazer uma agenda com imagens pode ajudar a criança a visualizar e entender a rotina.
  • Caso as mudanças sejam necessárias, prepare a criança para o que acontecerá com imagens e histórias sociais. Explique por que essas mudanças são necessárias, isso a ajudará a a entender o que está acontecendo e o que esperar. Assim, ela ficará mais calma quando as alterações ocorrerem.
  • Permita que a criança se retire das situações estressantes quando for necessário.

3.Ensine-a técnicas para lidar com o estresse.

Algumas crianças autistas simplesmente não sabem como lidar com suas emoções e podem precisar de uma mãozinha extra. Parabenize-a quando ela mostrar que está usando as técnicas corretamente.
  • Crie alternativas para determinados fatores estressantes (som muito alto, lugares muito cheios, etc.).
  • Ensine técnicas para se acalmar: respirar fundo, contar, se afastar, etc.
  • Desenvolva um método para a criança conseguir comunicar que algo a está incomodando.

4.Perceba quando a criança está estressada e dê importância aos sentimentos dela.

Saber que as necessidades dela são normais e importantes como as de qualquer um é importante para ela se expressar adequadamente.
  • “Seu rosto está todo tenso. O barulho está incomodando você? Posso falar para suas irmãs brincarem lá fora.”
  • “Você parece irritado hoje. Quer me contar o que está lhe aborrecendo?”

5.Demonstre bons exemplos de comportamento.

A criança vê quando você está estressado e aprende a imitar o seu jeito de lidar com as coisas. Manter a calma, expressar seus sentimentos com clareza e tirar um momento para se acalmar ensinarão a criança a fazer o mesmo.
  • Tente verbalizar suas decisões: “Estou aborrecido, vou parar um pouco e respirar fundo algumas vezes, depois eu volto”.
  • Depois que você repetir um comportamento algumas vezes, a criança provavelmente tentará fazer o mesmo por conta própria.

6.Crie um ambiente calmo para a criança.

É importante reconhecer que ela pode ter dificuldades em processar e absorver muitos estímulos visuais, sons, odores e texturas. Todos esses fatores podem ser estressantes e sobrecarregá-la, gerando crises de birra. Sendo assim, um ambiente tranquilo pode ajudá-la a se acalmar.
  • Ensine a criança a expressar que quer ir para o quarto da calma. Pode ser apontando para o cômodo, mostrando uma imagem que represente quarto, linguagem de sinais e pedir verbalmente.

7.Faça um registro dos colapsos.

Anotar cada vez que a criança tem um ataque pode ajudar a entender as razões para o comportamento dela. Tente responder as seguintes perguntas quando escrever sobre a próxima ocorrência:
  • O que a chateou?(Talvez ela esteja segurando o estresse há horas).
  • Quais sinais de estresse ela demonstra?
  • Quando/Se você percebeu que ela estava aborrecida, o que fez? Deu certo?
  • Como você poderia prevenir um colapso futuro?

8.Converse com a criança sobre agressões e mau comportamento.

Lembre-se, autismo não é uma desculpa para a criança ser agressiva e maldosa. Caso ele exiba esse comporamento, converse com a criança assim que ela se acalmar. Explique qual atitude específica é inaceitável e ofereça uma alternativa.
  • “Não foi legal bater no seu irmão. Eu entendo que você esteja bravo, mas bater nas pessoas machuca e não é legal fazer isso. Quando estiver irritado, respire fundo por um tempo e conte para mim o que aconteceu. Você não pode sair batendo nas pessoas.”

9.Ligue para alguém responsável pela criança além de você durante uma crise.

Existem casos em que pessoas autistas foram traumatizadas ou assassinadas pela polícia. Caso a situação seja urgente, peça ajuda de outro responsável.
  • Ligue para a polícia em casos extremos ou situações potencialmente perigosas para a saúde. Eles podem ser violentos com a criança, o que pode desencadear o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e piorar a situação.
Fonte: http://modakgstore.com.br/saude/9-tecnicas-lidar-crises-criancas-autismo/

domingo, 5 de fevereiro de 2017

O que é a Síndrome de Angelman?


Você já ouviu falar em Síndrome de Angelman? Muita gente não. Infelizmente, o distúrbio não é tão divulgado na imprensa, embora sua incidência seja considerável e merecesse sua devida atenção. A Síndrome de Angelman é conhecida como um distúrbio que provoca, entre várias coisas, Deficiência Intelectual. Aqui vocês podem se informar mais.

Quais são as características?

• Características faciais distintivas: boca de tamanho grande com protrusão da língua, queixo avantajado, lábio superior fino, dentes relativamente espaçados;
• Falta de atenção e hiperatividade;
• Atraso na aquisição motora (andar, sentar, virar, etc.);
• Ausência da fala;
• Crises epiléticas, especialmente ausências, associadas a padrão característico do eletroencefalograma (EEG).
• Andar consideravelmente desequilibrado, com pernas afastadas e esticadas;
• Natureza afetiva e risos frequentes;
• Sono entrecortado e, muitas vezes, difícil;
• Redução do diâmetro da cabeça e achatamento de sua porção posterior;
• Redução da pigmentação da pele, apresentando tons mais claros do que o padrão familiar, além de uma maior freqüência de cabelos-finos e loiros e olhos claros;
• Estrabismo (em aproximadamente 40%dos casos) e, de forma mais rara (10%) desvio na região coluna (escoliose na maioria das ocorrências);
Fonte: Neuro Saber

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Sem gritar: 4 táticas diferentes para que os alunos te escutem


Pesquisar sobre um tema, encontrar material pertinente, pensar sobre a estratégia de ensino, chegar à classe. Planejar uma aula requer tempo e dedicação, esforços que podem ser em vão caso os alunos fiquem dispersos durante os 50 minutos. A falta de atenção e as conversas são mais comuns nas aulas que antecedem e se seguem ao recreio e, neste período, fica difícil conseguir retomar o controle da turma.

Uma opção comum aos professores é aumentar o volume da voz para chamar a atenção da classe. Rocío López, do site espanhol Educación 3.0, listou quatro técnicas para ser ouvido entre seus alunos sem precisar optar pelo grito. Confira:
Tática 1: Conseguem ouvir?
Escolha um instrumento de percussão como um triângulo, um tambor ou um pandeiro. Peça que os alunos levantem a mão se conseguirem ouvir o som que ele emite. Vá tocando e diminuindo progressivamente seu volume até que fique quase imperceptível. O objetivo é centrar a atenção dos alunos através da audição.
Tática 2: Me siga!
Diga aos alunos que, quando eles estiverem distraídos, você mandará um sinal que apenas os que tiverem atentos conseguirão ouvir. O sinal pode ser um gesto como tapar um olho ou acariciar a própria cabeça, desde que não emita nenhum som. Com isso, captará a atenção do grupo através da linguagem corporal e consciência do ambiente ao redor.
Tática 3: Recitando um poema
Ensine aos estudantes um poema fácil e peça para que eles decorem. Quando estiverem dispersos, comece a recitá-lo em voz alta até que toda turma o acompanhe. Assim, você retomará a atenção da classe com o som e a repetição conjunta.

Tática 4: Fechar os olhos e respirar
Coloque uma música tranquila e peça para os alunos taparem os olhos e respirarem fundo acompanhando a melodia. Sugira que eles percebam o movimento de entrada e saída do ar pelo corpo. Quando estiverem mais calmos, peça para que abram os olhos e retome a aula.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

“O jardim de infância não é para aprender a ler nem a escrever”


A ideia foi defendida por Eduardo Sá no encontro “Vale a Pena ir à Pré”, uma iniciativa conjunta da Carlucci American International School of Lisbon (CAISL) e da revista Pais&filhos destinada a debater e esclarecer o valor do ensino pré-escolar na educação de uma criança.
Eduardo Sá, que começou por manifestar o seu desacordo pela “distinção que é feita entre educação infantil e ensino obrigatório”, considerou depois que ainda existem alguns “erros” nos moldes em que, por vezes, o ensino pré-escolar é praticado.

“O jardim de infância não é para aprender a ler nem a escrever”, criticou, lembrando que “as crianças antes de aprender a ler, aprendem a interpretar “ e que “não é por tornarmos uma criança um macaquinho de imitação que ela vai ser mais inteligente”. Eduardo Sá, psicólogo clínico com grande parte da sua carreira dedicada à psicologia infantil, defendeu que o jardim de infância deve antes ser um local onde a criança exerça atividade física pois, justificou, “as crianças aprendem a pensar com o corpo” e se souberem mexer o corpo “mais expressivas serão em termos verbais”.
Além disso, prosseguiu, o jardim de infância deve ser um local para a criança receber educação musical (“a música torna-os mais fluentes na língua materna”) e educação visual (“quanto mais educação visual tiverem, menos dificuldades têm de ortografia”). Por outro lado, disse ainda, as crianças precisam de “contar e ouvir histórias” no jardim de infância, sublinhando que “as histórias ajudam a pensar” e a “linguagem simbólica a arrumar os pensamentos”.
Mas, mais que tudo isso, o jardim de infância deve ser um espaço para a criança brincar. A brincadeira é um “patrimônio da humanidade” que a ajuda “a pensar em tempo real e a resolver dificuldades”, salientou o psicólogo, sublinhando que “brincar não pode ser uma atividade de fim de semana” nem os espaços para brincar podem estar confinados a pátios fechados. “É obrigatório que as crianças brinquem na rua”, defendeu.
Em suma, concluiu, “o jardim de infância faz bem à saúde” e é urgente que seja “acarinhado”. Sob pena de virmos a pagar no futuro “custos exorbitantes” por tal esquecimento.
Fonte: Só Escola

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